Semanas de moda de Milão e Paris 2024 escolhem o funcional
As fashion weeks da ready-to-wear fall 2024 de Milão e Paris posicionaram as marcas no campo material da demanda, com capacidade minimizada para alucinações artísticas. Matthieu Blazy, da Bottega Veneta, pôde ser indicado para definir a temporada europeia: "reduzir à função". O designer levou para as passarelas de Milão peças que confundiam o olhar pelo efeito multidimensional gerado na construção.
Grande destaque por lá foram as combinações de itens de malha torcida (cardigans e suéteres), vistas na Fendi (por Kim Jones, que teve os anos 80 de fonte, assim como a Donatella no desfile da Versace) e na Prada (por Raf Simons e Miuccia, cujo diferencial estava na impressão de que as roupas se tratavam de aventais). Para citar alguns.
Essa manifestação evoluiu para estabelecer o boho chic de vez em Paris. A debutante Chemena Kamali na Chloé lançou os babados na runway entre blusas de renda, vestidos de seda - e capas. Os tecidos de padrão xadrez (por vezes em losango) apareceram aqui, embora de modo mais inventivo na Undercover de Jun Takahashi: a partir do debrum. Um design ofuscado pelo ouropel nas costuras, o qual brilhou entre as peças emendadas.
Ou melhor: achatadas, formando duas dimensões. Aspecto executado por Demna, na Balenciaga. As roupas pareciam penduradas no corpo das modelos, e não vestidas. Na alfaiataria da Courrèges, por Nicolas di Felice, elas tinham onde segurar ou (des)cansar as mãos, uma vez que os bolsos foram posicionados bem na região da virilha - o auge da masturbação da moda na estação.
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